A Música para piano na Madeira
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Amélia Augusta de Azevedo

1840 - ?

Compositora premiada em França

 

Partituras - Recordações

de Cintra

 

Rui Magno Pinto

Amélia Augusta de Azevedo, filha de António Pedro de Azevedo, nasceu em 1840. Participou nas realizações musicais funchalenses entre 1860 e 1866, enquanto intérprete de machete de braga. A 4 de Julho de 1873, inscreveu-se como aluna externa no Conservatório Nacional de Lisboa, a fim de fazer os exames de rudimentos - teoria musical, solfejo - de 2º e 3º ano. Foi aprovada no primeiro dos dois exames com onze valores; não compareceu ao segundo exame. Em data ainda não apurada, Amélia Azevedo dirigiu-se para França. O “Elucidário Madeirense” refere a sua participação em concertos em Lyon em data posterior a 1885.

Amélia Azevedo prosseguiu, possivelmente, os estudos musicais no Conservatoire Nationale de Musique et de declamation em Paris (ou alguma das suas dependências), enquanto aluna de piano.

Amélia Azevedo foi também compositora. São conhecidas, à presente data, as seguintes obras: “Recordações de Cintra”, “Alma minha”, “Le regret” e “Paris russophile”. “Recordações de Cintra”, polka-mazurka para piano, e “Alma Minha”, peça para canto e piano sobre o soneto de Luís de Camões, foram editadas em Lisboa e encontram-se em depósito na Biblioteca Nacional de Lisboa. “Le regret, op. 23”, valsa para piano, e “Paris russophile”, galope para piano, foram publicadas em Paris em 1884 e 1891, respectivamente, e remanescem na Bibliothèque Nationale de France.

As duas últimas obras referidas são de autoria de Amélie A. d' Azevedo. A semelhança no nome e a estadia em França de Amélia Azevedo na década de 1880 contribuem, com as devidas reservas, para a asseveração da autoria destas obras pela compositora madeirense. A sua frequência no Conservatoire Nationale de Musique et de declamation é também certificada pela referência a Amélie A. d'Azevedo na obra “Le Conservatoire Nationale de Musique” de Constant Pierre.

Não é possível concluir uma data prová-vel da composição/publicação de “Recordações de Cintra”. A peça para canto e piano “Alma Minha” reúne-se ao vasto repositório de obras escritas por compositores portugueses sobre Camões - figura de relevante importância para os séculos XIX e XX - e a sua obra literária, tais como João Domingos Bomtempo, Francisco António Norberto dos Santos Pinto, Guilherme Cossoul, Augusto Machado, Miguel Ângelo Pereira, Luís de Freitas Branco, entre outros. Foi possivelmente publicada, segundo a Biblioteca Nacional de Lisboa, entre 1880, ano das Celebrações Camonianas, e 1881.

O número de opus (=obras) atribuído a “Le regret, op. 23” indica a existência de pelo menos cerca de 20 outras obras de Amélia Azevedo. Paris russophile foi apresentada pela autora no Concours international de musique em Trocadéro, aquando da Exposição Universal de Paris em 1889, sendo a mesma premiada com o segundo lugar e menção honrosa.